Tipos de Doenças Ocupacionais: Conheça as Mais Comuns e Como Preveni-las

Diferentes tipos de doenças ocupacionais podem acometer a saúde e bem-estar do trabalhador em seu ambiente de trabalho. Desde lesões por esforço repetitivo ou cortes, até ocorrências como amputações, fraturas, distúrbios respiratórios, problemas auditivos, entre outros.

Por isso, entender mais sobre as condições que a legislação considera como doença ocupacional é fundamental, não só para o trabalhador garantir o suporte e direitos previdenciários assegurados nesses casos, mas, sobretudo, para o empregador, que tem o dever de garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável para seus colaboradores.

Se você não sabe ou tem dúvidas sobre quais são os tipos de doenças ocupacionais que mais acometem os trabalhadores, continue lendo e veja a seguir os casos mais comuns de doenças profissionais e seus impactos na vida do trabalhador e das empresas. Além disso, veja também o que fazer para prevenir os diferentes tipos de doenças ocupacionais na sua empresa. Confira!

Quais são os tipos de doenças ocupacionais que mais afetam os trabalhadores

tipos de doenças ocupacionais

Basicamente, as doenças ocupacionais, também conhecidas como doenças profissionais, são aquelas que decorrem de condições associadas ao exercício da atividade profissional, gerando danos, temporários ou permanentes, à saúde do trabalhador. Por esse motivo, só é considerada como doença ocupacional quando existe prova do nexo de causalidade com a atividade laboral, ou seja, quando a doença tem relação, direta ou indireta, com o trabalho.

No geral, elas podem ser classificadas em vários tipos, a depender dos fatores de risco nos quais o trabalhador é exposto em seu local de trabalho. Porém, entre os tipos de doenças ocupacionais que mais acometem os trabalhadores no ambiente laboral, estão:

Lesão por Esforço Repetitivo (LER)

Essa é um quadro tipicamente classificado como doença ocupacional e decorre basicamente de atividades que exigem ações repetitivas, esforços excessivos ou pela adoção de posturas inadequadas no trabalho. Por exemplo, um funcionário que trabalha como digitador, pode ser acometido por esse tipo de problema quando não toma as medidas necessárias para sua prevenção.

A LER é uma condição que normalmente afeta partes do corpo como nervos, tendões e músculos, gerando desconfortos que se agravam gradualmente, podendo causar a incapacidade temporária ou mesmo permanente do trabalhador para o exercício de suas funções.

Dermatose ocupacional

Um dos fatores que mais leva ao desenvolvimento de doenças ocupacionais é a exposição a agentes nocivos à saúde sem a devida proteção. Entre os tipos de doenças ocupacionais que geralmente acomete o trabalhador em decorrência desse fator de risco está a dermatose ocupacional.

Trata-se, basicamente, de uma condição de saúde que afeta a pele devido ao contato com substâncias químicas ou outros agentes nocivos em função do exercício profissional. Quando o problema se instala, o trabalhador pode sofrer desde urticária, até dermatites, comprometendo seu bem-estar geral.

Dorsalgias

Entre os tipos de doenças ocupacionais que também decorrem de movimentos repetitivos, postura inadequada ou uso excessivo de força na rotina de trabalho estão as dorsalgias. Essa é uma condição que afeta a coluna vertebral, podem levar ao surgimento de hérnias de disco e outros problemas na coluna que prejudicam a performance do colaborador no ambiente de trabalho.

Distúrbios auditivos e visuais

Quando o trabalhador fica exposto a ambientes com ruídos excessivos por um longo período de tempo, ele pode ter sua capacidade auditiva comprometida de forma parcial ou total. Em razão disso, casos de surdez decorrentes do ambiente de trabalho também estão entre os tipos de doenças ocupacionais previstos na legislação brasileira.

Do mesmo modo, problemas que afetam a visão também são considerados doenças ocupacionais, desde que tenham relação com o ambiente de trabalho. Por exemplo, se a atividade laboral expõe o empregado a fatores de risco que comprometem sua visão, como exposição excessiva a telas de computador sem proteção, ambientes com má iluminação, ou mesmo exposição a substâncias químicas, então sua condição se enquadra como doença ocupacional.

Transtornos psicossociais

A complexidade da rotina laboral muitas vezes não afeta apenas a saúde física do trabalhador, mas também seu bem-estar mental, levando-o a desenvolver uma série de transtornos como depressão, ansiedade ou estresse.

Quando doenças como essas acometem o trabalhador e decorrem do seu ambiente de trabalho, o mesmo passa a ter direito a todas as garantias legais concedidas em caso de doença ocupacional.

Síndrome de burnout

Recentemente, o ordenamento jurídico brasileiro reconheceu a síndrome do esgotamento profissional, mais conhecida como síndrome de burnout como uma doença profissional, uma vez que entre suas causas está o excesso de trabalho, podendo levar o trabalhador a desenvolver exaustão extrema ou mesmo estresse.

Asma ocupacional

Alguns distúrbios respiratórios também são classificados como doença profissional e a asma ocupacional é uma delas. Essa condição decorre ou é agravada pela exposição a determinadas substâncias no ambiente de trabalho sem a devida proteção. Isso inclui desde a inalação de gases, vapores ou partículas que sejam nocivas ao sistema respiratório, até a exposição de substancias que podem desencadear ou piorar sintomas de asma.

Antracose pulmonar

Outra doença que acomete o sistema respiratório e também está entre os tipos de doenças ocupacionais é a antracose pulmonar, uma condição decorrente da exposição a partículas nocivas à saúde e que dificultam a respiração. Determinados ambientes de trabalho, como carvoarias por exemplo, ou hábitos como o tabagismo, podem causar ou agravar esse quadro.

Uma vez reconhecida cada uma das condições descritas acima como doença ocupacional, o trabalhador terá direto a alguns benefícios trabalhistas e previdenciários como auxílio por incapacidade temporária, afastamento remunerado, estabilidade provisória no emprego e até mesmo aposentadoria por incapacidade permanente.

É importante ressaltar ainda que nem toda doença do trabalhador é considerada como doença ocupacional. Existem algumas condições que a lei não classifica como doença profissional. Quanto a isso o artigo 20, parágrafo 1° da Lei n°8.213/91 é claro quando dispõe que:

Art. 20.: […]

§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho:

a) a doença degenerativa;

b) a inerente a grupo etário;

c) a que não produza incapacidade laborativa;

d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.

Por isso, ao empregado, tão importante quanto entender os diferentes tipos de doenças ocupacionais é saber como proceder para exigir do empregador os ajustes necessários no ambiente de trabalho para restabelecer a proteção de sua saúde e bem-estar, bem como dar entrada nos direitos e garantias assegurados nesses casos.

Enquanto isso, para o empregador, entender as causas dos diferentes tipos de doença ocupacional é vital para tomar das medidas necessárias visando prevenir esse tipo de ocorrência e suas implicações legais.

Tipos de doenças ocupacionais – O que fazer após o diagnóstico?

Uma vez que o trabalhador teve uma doença ocupacional gerada ou agravada em função do ambiente de trabalho, o primeiro passo é buscar atendimento médico imediato. Após isso, o trabalhador dever notificar formalmente a empresa sobre seu quadro de saúde, para que a mesma possa emitir o CAT junto ao INSS, bem como tomar todas as medidas necessárias visando garantir total suporte ao colaborador nesse tipo de situação.

Ademais é de sua importância que o trabalhador não só obtenha o atestado médico para justificar seu afastamento do trabalho por até 15 dias, sempre quando necessário, como também agende uma perícia médica junto ao INSS para atestar sua condição de saúde e a relação com a atividade profissional exercida para, somente então, pleitear todos os direitos legais assegurados nesses casos.

Como prevenir doenças ocupacionais?

tipos de doenças ocupacionais

A melhor forma de evitar a ocorrência de diferentes tipos de doenças ocupacionais no ambiente de trabalho é com a prevenção.

Ao investir em medidas preventivas, as empresas garantem não só mais proteção à saúde de seus funcionários, como também reduz os índices de absenteísmo, diminui custos com pagamento de indenizações e outras despesas geradas por quadros de doença profissional, além de proporcionar aos colaboradores, um ambiente de trabalho mais produtivo, saudável e sustentável.

Para isso, entre algumas das principais medidas que uma empresa pode adotar para evitar casos de doença ocupacional, estão:

  • Implementar práticas voltadas para ergonomia no ambiente de trabalho
  • Capacitar periodicamente os colaboradores para o exercício adequado e seguro de suas funções
  • Promover políticas internas de incentivo quanto ao uso de EPIs
  • Realizar exames médicos regulares para atestar a condição de saúde dos trabalhadores
  • Implementar palestras reforçando quanto os riscos presentes na rotina de trabalho e suas consequências para o trabalhador
  • Manter canais de comunicação para ampliar o nível de conscientização do trabalhador sobre doença ocupacional e seus direitos e obrigações nesse tipo de situação.

Conhecer os diferentes tipos de doenças ocupacionais, bem como suas causas e as implicações que esse tipo de ocorrência pode gerar no ambiente de trabalho é fundamental para garantir a saúde e o bem-estar dos trabalhadores. Essa compreensão não apenas permite a identificação precoce dos riscos, mas também a adoção de medidas preventivas e a busca por direitos caso algum problema de saúde relacionado ao trabalho surja.

Se você tem dúvidas sobre como proceder em situações envolvendo doenças ocupacionais, não hesite em buscar orientação jurídica especializada para garantir que seus direitos sejam plenamente respeitados.